Joana Fojo Ferreira
  • Home
  • Psicóloga
  • Formação e Supervisão de Psicólogos
    • Supervisão
    • Formação
    • Vídeo-Formação
    • Recursos para terapeutas
  • Blog/Reflexões
  • Outros projectos
    • Prática clínica
    • Investigação
    • Espaço P

Perturbação da personalidade Borderline ou Estrutura Borderline?

9/5/2013

4 Comentários

 
Num vasto leque de abordagens terapêuticas fala-se em perturbação da personalidade borderline, enquanto na abordagem psicanalítica se fala em estrutura borderline (entre a neurose e a psicose).

Ainda que esteja mais familiarizada com a visão de perturbação da personalidade borderline, na minha prática clínica tenho-me deparado com pacientes com características borderline por vezes muito claras, mas que apresentam ao mesmo tempo formas de estar e de se relacionar variadas, que trazem desafios terapêuticos muito diferentes mesmo que identificados com a mesma perturbação.
Ainda que possamos interpretá-los como casos de comorbilidade, a visão dinâmica de Estrutura Borderline, mais do que Perturbação da Personalidade, parece enquadrar-se melhor na minha experiência de pacientes borderline.


Deixo à vossa consideração excertos do “Diagnóstico Psicanalítico” da Nancy McWilliams e aguardo ansiosamente as vossas considerações sobre a questão, que podem deixar nos comentários.

“(…) em meados do século XX, começaram a aparecer outras ideias sobre a organização da personalidade que sugeriam um meio-termo entre neurose e psicose. (…) Muitos analistas começaram a queixar-se em relação a clientes que pareciam apresentar perturbação de carácter, mas de uma forma caótica peculiar. Na medida em que raramente ou nunca referiam alucinações ou delírios, não podiam ser considerados claramente psicóticos, mas também lhes faltava a estabilidade e a preditibilidade dos pacientes de nível neurótico, e pareciam ser infelizes numa escala muito maior e menos compreensível do que os neuróticos. (…) eram demasiadamente sãos para serem considerados loucos e demasiadamente loucos para serem considerados sãos.”
“Esta designação [Borderline] representa um nível e não um tipo de patologia. Pode-se ser um histérico borderline, um obsessivo-compulsivo borderline, uma personalidade narcísica borderline, e assim por diante; pode-se estar organizado narcisicamente a um nível neurótico, borderline ou psicótico. A colocação do “borderline” a par de designações de personalidade como histriónica, obsessivo-compulsiva e narcísica, como se fosse comparável às mesmas, mistura maçãs e laranjas, ou mais propriamente, mistura uma designação mais específica de “maçãs” com uma outra mais geral como “fruta”.”

O que diz a vossa experiência?

4 Comentários
João Parente
9/5/2013 08:05:13 am

Eu compreendo a conceptualização de organização borderline. Mas em termos clínicos nunca me socorri dela. Deixo a pergunta: será que tem validade clínica?

Responder
Joana Fojo Ferreira link
9/5/2013 09:24:27 am

Eu tenho a sensação que ver Borderline como organização mais do que perturbação pode ter diversas mais valias clínicas.
De facto sinto que muita coisa entra no critério Borderline, com muita sobreposição de diagnósticos e com pacientes uns com traços mais obsessivos, outros mais dependentes, outros mais histriónicos, outros mais agressivos, e por aí fora.
Poder ver como estrutura ajuda-me a organizar e compreender estas sobreposições e as diferenças que encontro entre "Borderlines" diferentes, e sinto que me pode ajudar a actuar nesta problemática de uma forma mais adequada porque compreendo que tenho que ter muita atenção ao funcionamento Borderline (e a literatura em perturbação borderline é de facto muito útil na intervenção com estes pacientes) mas não posso actuar neste funcionamento sem reconhecer e trabalhar as especificidades do paciente, que vão para além do funcionamento Borderline, que se traduzem frequentemente em perturbações obsessivas, ou dependentes, ou histriónicas, etc., e que implicam desafios terapêuticos diferentes e orientações de trabalho potencialmente diferentes também.
De alguma forma é como se ver como estrutura pudesse manter a nossa mente mais aberta, e vendo como perturbação sinto que podemos correr o risco de fechar, ficar presos ao diagnóstico, e não ver mais nada.

Responder
Catarina Vaz link
9/5/2013 07:34:17 pm

Concordo em absoluto com a Joana, pois penso que a visão de Borderline como organização e não perturbação, nos permite uma intervenção mais integrativa, na qual todos os traços e características dos paciente são considerados.

Responder
Vanessa Newton link
6/4/2021 04:43:49 am

Thiis is a great blog

Responder



Enviar uma resposta.

    Autora

    Joana Fojo Ferreira
    Psicóloga Clínica

    Joana Fojo Ferreira Formação e supervisão de Psicólogos
    Um espaço onde partilho reflexões, questões clínicas e excertos de obras ou artigos que considero trazerem considerações importantes à prática clínica.
    Aproveite para deixar os seus próprios comentários e considerações.
    Receba cada novo post no seu e-mail introduzindo o seu endereço de e-mail abaixo

    Enter your email address:

    Delivered by FeedBurner


    Arquivo

    Clique em arquivo para aceder à lista de textos publicados.

    Categorias

    Todos
    Abordagens
    Auto-reflexao
    Autovisao
    Borderline
    Diagnósticos
    Diferenças Entre Abordagens
    Gestalt
    Interface Com Outras Areas
    Paciente
    Perturbacoes Da Personalidade
    Relação Terapêutica
    Terapeuta

    Arquivos

    Dezembro 2019
    Julho 2017
    Maio 2016
    Novembro 2015
    Outubro 2015
    Outubro 2014
    Setembro 2014
    Maio 2014
    Março 2014
    Dezembro 2013
    Outubro 2013
    Junho 2013
    Maio 2013

    Feed RSS

Powered by Crie o seu próprio site exclusivo com modelos personalizáveis.
  • Home
  • Psicóloga
  • Formação e Supervisão de Psicólogos
    • Supervisão
    • Formação
    • Vídeo-Formação
    • Recursos para terapeutas
  • Blog/Reflexões
  • Outros projectos
    • Prática clínica
    • Investigação
    • Espaço P